como se pudesse
antecipar meu próprio parto
abro uma fenda com os dedos tensos de medo
o vazio ocupou todo o espaço do meu corpo
estou com um nó na garganta e
alguns dedos de dilatação
nada transborda
um mar inteiro represado em mim
mas continuo tentando me livrar do útero
e dos braços do passado tentando
me segurar aqui onde as feridas não
se curam nem cicatrizam
o vazio está tão denso que até posso
senti-lo na garganta talvez
eu tenha que vomitá-lo entre minhas pernas
você nasceu para o mundo
mas morreu em mim o amor descansa
não posso deixá-lo morrer agora
sinto que vou rasgar minha garganta
de dentro para fora no fundo da ferida
há uma palavra que eu não consigo ler
abro uma fenda com os dedos tensos de medo
o vazio ocupou todo o espaço do meu corpo
estou com um nó na garganta e
alguns dedos de dilatação
nada transborda
um mar inteiro represado em mim
mas continuo tentando me livrar do útero
e dos braços do passado tentando
me segurar aqui onde as feridas não
se curam nem cicatrizam
o vazio está tão denso que até posso
senti-lo na garganta talvez
eu tenha que vomitá-lo entre minhas pernas
você nasceu para o mundo
mas morreu em mim o amor descansa
não posso deixá-lo morrer agora
sinto que vou rasgar minha garganta
de dentro para fora no fundo da ferida
há uma palavra que eu não consigo ler
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